segunda-feira, outubro 31, 2005

MULHERES

Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo. Eu tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir suas histórias, transformá-las em deusas. Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e sustenta-me a alma. O belo amor natural por todas as coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante.Eu as respeito e as venero, com a graça de um cisne que dança num lago tranqüilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não lhes tiro a liberdade, não quero mudá-las jamais. Sempre imagino o que estejam sonhando, e pulo de cabeça no sonho delas. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções e as loucuras. Como um deus escandaloso e surpreso por sua própria criatura, entro no coração de cada uma delas, deliciosamente, como se entrasse numa pulsante catedral. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia. Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e preciso mais do que isso para compreendê-las. Toda mulher é silenciosa por dentro. A existência pura se manifesta em cada detalhe. Assim na terra como no céu, amar as mulheres é uma experiência religiosa. E eu as amo, fina substância, como deve amar quem ama de verdade — incondicionalmente. Sem ciúmes. Eu amo as morenas, as loiras, as baixinhas, as altas, as lindas, as quase feias. Amo as virtuosas, as magras, as gordinhas, as diabólicas, as tímidas, e até as mentirosas. As iluminadas, as pecadoras, e as santíssimas. Amo as virgens, as pobres, as ricas, as loucas, as muito vivas, as inocentes. As bronzeadas pelo sol, e as branquinhas. As inteligentes, e as nem tanto. Desde que sensíveis, eu amo as jovens, as velhas, as solteiras, as casadas, as separadas. As bem-amadas, e as abandonadas. As livres, e as indecisas. E se me dessem o poder, o tempo e, principalmente, a chance, eu a todas elas daria, todos os dias, um orgasmo cósmico, poético e sublime.Apanharia flores silvestres, tomaria sol com todas elas. Andaríamos descalços na areia, contemplaríamos crepúsculos cor de abóbora, jantaríamos à luz de velas, dançaríamos, tomaríamos vinho branco, olharíamos as estrelas. E eu lhes faria poesias de amor. Puro como um anjo, amaria cada uma delas eternamente — uma por vez. Com delicadeza, com doçura, com profundidade, com inocência. Entusiasmado, como se cada uma fosse a única. Como se no mundo inteiro não houvesse mais nada, nem ninguém.Todas as noites, passaria cremes e encantos no seu corpo. Falaria sobre fábulas, contaria histórias românticas, as veria dormir. Ouvindo Beethoven, velaria por um tempo o sono delas, e de madrugada, antes do sol raiar, antes do primeiro pássaro cantar, as cobriria com o resto de luar que ainda houvesse, e sairia em silêncio. Como um felino lógico, sensual e saciado, deslizaria pelo cetim azul-celeste dos lençóis, saltaria por sobre todas as metáforas — e sorrindo iria embora. Enfim, se por acaso fosse Deus, eu com certeza não mais ficaria cuidando do universo e dessas outras coisinhas banais. Não ficaria controlando o destino das pessoas, o tempo, os compromissos, a pressa, o caminho dos planetas, a economia, o cotidiano, o infinito, os genes, a Internet, a gravidade, a geografia... Não! Eu somente iria amar as mulheres, como elas merecem. E como nunca foram amadas. Só isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!
Por Edson Marques

sexta-feira, outubro 28, 2005

FUNK X ROCK : qual é o seu estilo?

Mulheres lideram o mundo da música com sua irreverência e enlouquecem adolescentes.
É fato que a sociedade aceitou a emancipação da mulher. De Rita Lee a Pitty, são elas que mantêm seu sucesso absoluto no mundo da música. Hoje, quem faz sucesso sofre a pressão de ser modelo para jovens como você, que buscam atitude em seus ídolos. Viviane Oliveira, 15 anos, conta como se espelha em seus ídolos desde as vestimentas até na atitude: "Na minha última festa coloquei um vestido parecido com o da cantora Tarja Turunen, da banda Nightwish, usado em um concerto que ela esteve. Acho muito normal que as pessoas se identifiquem com suas bandas, mas desde que isso não mude a sua personalidade". Quem comanda a outra face dos estilos musicais é Tati Quebra-Barraco, dona de uma ousadia e irreverência jamais vistas. Com 24 anos, Tati quebra todos os limites com suas letras debochadas e sai definitivamente do gueto carioca para ensinar a classe A todo seu rebolado: "Admito que fui no show dela e, sinceramente achei o máximo. Costumo freqüentar baladas com outros estilos, mas achei a música divertida", comenta Paula Andrade, 20 anos. Rebolado também deveria ter Pitty, baiana de raiz, mas que escolheu o rock para ganhar a vida. Começou com uma banda de hardcore, chamada Inkoma, e hoje tem seu estilo próprio, que influencia gente de todas as idades. Em entrevista para a Folha, Pitty fala sobre essa influência que exerce e sobre ser comparada com a roqueira adolescente Avril Lavigne: "Isso não está na minha mão. É uma questão de mídia, da forma como as pessoas divulgam, é a prateleira onde colocam os seus discos. Torço para que a forma como eu faço as coisas fiquem cada vez mais claras". Leandro Fortino, repórter do caderno Folhateen, entrevistou a cantora Avril Lavigne antes mesmo de ela se apresentar no Brasil e relatou uma cena de extrema influência dela: "Em Porto Alegre, havia uma garotinha de cinco anos no colo da mãe imitando ela", contou. A própria Avril acha "bem legal essa influência que tem sobre as meninas". É legítima a atitude de Avril, mas ainda é questionado se ela não é uma artista fabricada, alguém que a indústria fonográfica percebeu que faltava no mercado. Talvez tenha sido essa a sacada da Tati Quebra-Barraco, que já está fazendo sucesso até na novela das oito. A personagem Rayssa, interpretada pela atriz Mariana Ximenes, espanta seus problemas dançando funk em seu quarto de luxo: "Algumas atrizes sempre freqüentaram os bailes cariocas. O que aconteceu foi que houve um investimento em torno do DJ Marlboro, um ícone desse estilo no Rio e que antes era conhecido somente pela classe C", explica Daniela Maldonado, carioca da gema, 37 anos. Daniela acrescenta que os bailes do Rio tinham uma imagem ruim e que depois da cobertura jornalística em torno do assunto, o funk se tornou "mais elitizado": "As pessoas perceberam que essas festas são tranqüilas e que o estilo de música é divertido e não faz apologia às drogas ou ao sexo. Gosto muito do som, mas não sou patricinha não, valeu?!".

segunda-feira, outubro 03, 2005

DECIDA POR UM SIM OU NÃO

Dia 23 de outubro os cidadãos brasileiros sairão de suas casas para encontrar as urnas eletrônicas e dizer SIM ou NÃO ao comércio de armas de fogo e à munição no Brasil. O primeiro pensamento que vêm às nossas cabeças é: “Armas não são boas então vou votar no SIM para que elas parem de ser comercializadas”. O que ninguém pensa é na situação inversa disso. O governo está propondo esse plebiscito com a finalidade de evitar acidentes domésticos. Porém, o problema parte da educação do país que está cada vez mais defasada e as próprias pessoas não enxergam a arma como defesa e sim como poder. Percebe que não basta um SIM ou NÃO para que essa questão seja resolvida? A verdade é que se um ser humano quer matar outro, ele vai buscar um meio. Não adianta a gente achar que se votarmos SIM o governo vai conseguir desarmar a todos. É óbvio que os bandidos vão continuar armados, que ainda vão existir empresas fabricando armas e que mesmo assim ainda terão as armas clandestinas... De que adianta então irmos às urnas?? É uma perda de tempo, já que temos consciência de que no Brasil a lei não funciona direito. O Estado não vai estar o tempo todo na casa das pessoas para defendê-las e os bandidos vão ficar a vontade para assaltar a casa que quiserem. Segundo o Ministério da Saúde, 108 pessoas são mortas diariamente no Brasil, vítimas de armas de fogo. Mas mesmo com todo o recolhimento de armas que vem acontecendo, a polícia continua tendo mais chamadas no 190 do que conseguem atender. O que acontece? As pessoas ficam indefesas...o bandido leva 1 minuto para entrar em uma casa de família e a polícia chega 30 minutos depois.. A situação é triste, mas não há contra-argumento para tal questão. Acreditar em papai-noel só criança acredita! Sabemos que para tirar as armas das ruas precisaria existir um processo bem desenvolvido de conscientização, de punição àqueles que quisessem continuar armados e proibir qualquer licença de armas. Seria algo lento, claro, mas que não faria mal algum, já que a intenção é proteger a população. Para muitos, que nunca tiveram contato com uma arma de fogo, pode ser um assunto obsoleto. Essas pessoas podem pensar: “O que vão roubar na minha casa?? Nada...então tanto faz se eu votar em um SIM ou em um NÃO..” Não é bem assim..vale a pena refletir e se informar, pensar na situação que a SUA família pode passar a qualquer momento... Por Camila Nobre