Natureza, energia e religião: tudo isso em um só local que nasceu no Japão e encanta os paulistanos que pisam no "solo sagrado" em busca do mundo ideal.
Imagine o lugar perfeito. Cenário tranqüilo, com aves inusitadas e uma vista incrível. Esse local existe e foi idealizado pela Igreja Messiânica, no município de São Paulo, às margens da represa de Guarapiranga.
Além de ser um ambiente de descanso é também um atrativo turístico e lugar de contemplação para muitos fiéis.
Católicos, budistas e evangélicos são alguns religiosos entre as milhares de pessoas que freqüentam os cultos, mas qualquer crença é aceita e respeitada nesse espaço sagrado que promove a idéia de um parque preservado ecologicamente.
Foi em sua terra natal que o japonês Mokiti Okada fundou a Igreja Messiânica Mundial, no dia 1º de janeiro de 1935. Meishu Sama (seu nome religioso) nasceu em dezembro de 1882 e tinha o objetivo de construir um mundo consubstanciado na verdade, no bem e no belo, isento de doença, pobreza e conflitos.
Depois de falecer, deixou três solos sagrados no Japão. Para Nélio Seixas, Ministro da Igreja Messiânica há 28 anos, é uma pena que o fundador não tenha conhecido o maior exemplo do paraíso terrestre na América Latina, o Solo de Guarapiranga, fruto de seu brilhante projeto.
Mostrar para as pessoas a importância do contato com a natureza foi a maior missão de Meishu Sama e tem se tornado realidade neste parque ecológico, que atrai curiosos de todo o país. Vitória Fonseca, responsável pelo setor de aprimoramento do parque, conta que muitas pessoas preferem se alojar no local para conhecer melhor o que não se pode ver em um dia de visitação: “A procura é grande. As pessoas vêm almoçar aqui conosco para aproveitar um belo dia de sol ou para se envolver nos cultos. O Solo é também, sem dúvida, um local de turismo que recebe muitas caravanas”.
QUEM FREQUENTA O SOLO:
Nelson Salgado, de 58 anos não esconde a sua admiração pelo solo: "Pássaros de muitas espécies e a alimentação orgânica são convidativos. Venho três vezes por semana e encontro aqui o equilíbrio perfeito entre a natureza e o ser humano". Seu filho, o professor de academia Anderson Salgado (24), aproveita a carona do pai para ir ao Solo, assistir aos cultos e encontrar os colegas. "Tanto a religião messiânica quanto o próprio solo sagrado atraem muitos jovens, que acabam se tornando freqüentadores fiéis do local”, comenta.
Roberto Carlos Assunção, freqüentador assíduo, é também maestro da banda Mokiti Okada, composta por crianças, jovens e adultos: “Eu mesmo faço os uniformes de todos e tento dar à apresentação o frescor da primeira vez”, diz ele.
Um dos integrantes, Stefani (30) faz parte da banda há 10 anos e garante que não há distinção entre a escolha religiosa das pessoas: “Qualquer pessoa pode entrar para o grupo Na banda, a música é eclética, oferece músicas desde o estilo folclórico até o popular. Temos o intuito de levar cultura para as pessoas, através da música e da energia”.
Muita gente não deve ter ouvido falar da igreja messiânica, mas com certeza sabe dos cultos do Johrei, um processo de espiritualização do ser, através da ministração de energia de uma pessoa para a outra. As áreas do corpo que recebem essa transmissão são representadas pela testa, relacionada aos pensamentos, e a nuca e abdome, ligadas aos sentimentos das pessoas.
Johrei significa “amor ao próximo”. É um método de canalização da infinita energia vital do universo para o aperfeiçoamento espiritual e físico do ser humano, restaurando sua condição original de verdadeira saúde, prosperidade, paz e nobreza de sentimentos. Uma sessão dura geralmente de dez a trinta minutos. Dependendo da necessidade, pode ser prolongada. Quem experimenta o método até sentir seu resultado e faz o curso do Sagrado Ponto Focal – Ohikari - pode ministrar Johrei para qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar. Josefa Pietro , 62 anos, freqüenta o local todas as semanas e confessa: “ É através do Johrei que recebo a energia necessária para viver e ainda retransmito essa força para toda a minha família.”
O que mais impressiona no parque é o templo, composto por um círculo de 16 colunas e uma torre de 71 metros, que representa o elo entre Deus, o criador do universo, e o ser humano. Diante dessa suntuosa construção é que são realizadas as cerimônias religiosas e as orações. Dentre elas, o destaque é para o culto aos antepassados, que recebe mais de 40.000 pessoas no Dia de Finados.
Para atrair um público ainda mais abrangente, a organização do Solo está desenvolvendo revistas, jornais e até mesmo colocando em prática um projeto de ampliação do parque, que promete continuar esse belo trabalho e equilibrar as pessoas espiritualmente.
O intuito do solo é fazer com que seus visitantes percorram cada alameda, quedas d'água, lagos e jardins a fim de adquirir serenidade e energia para superar os obstáculos, planejar o futuro e sorrir para a vida. Como diria o próprio Meishu Sama: “Torne-se uma pessoa capaz de suportar todos os reveses da vida, aceitando-os com um sorriso”.
Fontes:
http://www.solosagrado.org.br/http://www.messianica.org.br/immb/home.asp - Trabalho feito para Revista Paulistana do UniFIAM FAAM.
Há quem diga que não é arte, mas esse foi um evento que, definitivamente, mexeu com São Paulo. A visita das vaquinhas da Cow Parade já passou pelo mundo todo e no mês de agosto chegou às ruas da capital para alegrar o dia-a-dia dos paulistanos. 
