quarta-feira, março 11, 2009

Reflexão Feminina

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: "olha, não dá mais". Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo?
Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: "mas agora eu to comendo um lanche com amigos". Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim? Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema.
Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito. Decidi ser uma mulher mais feliz, afinal, quando você é feliz com você mesma, você não põe toda a sua felicidade no outro e tudo fica mais leve. Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu.
Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim. Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida. Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele. Até que algo sensacional aconteceu. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher demais para ele. Ele quem mesmo? Martha Medeiros "Não podemos esperar que outra pessoa nos preencha ou nos complete. Sozinhas, somos as responsáveis por nossa Paz de espírito e nossa realização, seja ela pessoal ou profissional."
(Marian Keyes)

sexta-feira, março 06, 2009

Nosso querido e amado...ORKUT

O site que funciona como uma rede de relacionamentos, o Orkut, surgiu no início de 2004 pelas mãos de Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google e o primeiro membro. Orkut virou mania. De mania, virou vício. O Brasil rapidamente aderiu à nova brincadeira que permitia conhecer novas pessoas e rever amigos antigos. Com o passar do tempo, o Orkut foi se aprimorando e colocou opções de privacidade para os perfis, de modo que só com permissão podiam “xeretar” a vida alheia. O que ninguém reparou é que essas novas tecnologias tomaram conta do nosso dia-a-dia. Quem hoje não tem um perfil no Orkut cheio de fotos, vídeos, mensagens? Poucos. O grande problema não é abrir um espaço de recados para os seus amigos, mas sim viver em função de atualizar seu Orkut, ou seja, sair com os amigos sem esquecer de levar a câmera para mostrar pra todo mundo na sua página como você é feliz. Já repararam como a vida das pessoas é linda no Orkut? Todo mundo faz belas viagens, participa de festas e trabalha nas melhores empresas. Por que você realmente usa o Orkut? Por que perder seu tempo respondendo “scraps” dos amigos ao invés de curtir um belo dia de sol? Parou para pensar como é mais fácil um homem convidar uma mulher pra sair pelo Orkut ao invés de ter a decência de fazer um telefonema? Além disso tudo, sempre tem aquele dia da semana que você encontra uma amiga na rua que não vê há anos. O que deveria ser um encontro emocionante e cheio de novidades se torna banal:
- Joanaaaaa...queridaaaaa..quanto tempo não te vejo!!! Como você está??
- Estou bem e você Jana!!?? Andou aprontando muito no carnaval hein...já vi que você esteve em Paraty.
- Nossa Jô!! Como você sabe?
- O Orkut meu bem...te denunciou.
Quer situação mais desagradável do que essa? Que empolgação você tem quando alguém já sabe tudo da sua vida? Isso sem contar quando você tem namorado e aquele rolinho de 10 anos atrás reaparece dizendo: “Gatíssima! Adoraria te ver novamente. Seu telefone mudou?”. Equilíbrio até na tecnologia, minha gente! Equilíbrio! O primeiro passo é desligar o celular todas as noites e, de preferência, checar seu Orkut uma vez por dia.
Domine a tecnologia, não deixe que ela te domine.
Camila Nobre