segunda-feira, maio 15, 2006

SÃO PAULO EM CHAMAS

Viver em São Paulo sempre foi o grande sonho de pessoas trabalhadoras, com expectativa de ter uma vida boa e sem preocupações. Nesse final de semana do dia das mães, vivemos um terror inesperado. Um preso, transferido para outra penitenciária causou grande abalo para o restante dos detentos que começaram a se comunicar e organizar um atentado contra nossa cidade e nosso Estado. Marcola, o primeiro preso transferido, era um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e disse para a mídia que podia matar quantos policiais quisesse, mas que ele, ninguém podia matar. O que vimos continua sendo um show de horror, pois nessa manhã cidadãos não conseguiam pegar condução para chegar ao trabalho, já que as mesmas haviam sido queimadas pelos bandidos na madrugada. Ruas ficaram desertas, policiais com feições assustadas e crianças que faltaram nas aulas por medo.
O principal alvo desses bandidos são os policiais, mas no fim, atingiram também bombeiros, agências bancárias, fóruns e até a CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) do centro da cidade. Obviamente tudo isso não é algo necessário para se fazer justiça, mas os presos vêm sofrendo dentro das celas por causa da superlotação e também reclamam de maus tratos. Hoje, toda a população paga por uma guerra pessoal, pois os policiais tentam conter as rebeliões e a matança dentro das penitenciárias porém, os bandidos não entendem a dificuldade do Estado para mudar a situação deles lá dentro. São mais de 80 mortos em 3 dias! Civis já não tem coragem de sair de casa para nada e os policiais fazem blitz nas ruas para identificar possíveis suspeitos. São Paulo está um caos. A violência passa a ser um problema de berço, um problema que vem aparecendo há anos. Agora, a bomba explodiu e as pessoas são obrigadas a se contentar com o toque de recolher.
Por Camila Nobre