quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Cisne Negro

Não é deprimente nem tampouco sem sal como as pobres mentes podem ter concluído. O filme Cisne Negro (Black Swan) é sim o retrato da disciplina das bailarinas, do esforço pelo pouco reconhecimento, mas é principalmente a clareza sobre a mente humana.
O que uma pessoa pode fazer para se tornar perfeita ao seu próprio olhar? Natalie Portman vive a "garota meiga" Nina Sayers, mostrando que seria capaz de agir com violência contra sua mãe e até mesmo matar para tirar de seu caminho quem ameaçasse seu sonho. Em contrapartida, Nina sofre com seus distúrbios alimentares, delírios e autoflagelação.
O Cisne Negro tem sim suas cenas fortes e algumas até exageradas (como aquela dos quadros que se movem), mas é justamente por essas cenas que você consegue mergulhar no filme como se sentisse na pele o que é ser uma bailarina profissional. Realismo e devaneios se misturam, envolvendo quem assiste como em um pesadelo, que não há escolha para virar o rosto e prestar atenção em outra coisa. Natalie Portman definitivamente me conquistou depois dessa atuação e provavelmente irá conquistar também o Oscar 2011...
Por Camila Nobre

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Educando no Transporte Público

É real! muita gente AINDA não sabe se comportar dentro de um ônibus. Por isso, seguem as minhas dicas misturadas aos meus desabafos do que vivo diariamente.
Regras básicas para bom convívio no transporte público:
- Não atirar objetos/sujeira pela janela - cara, pelo amor de Deus, sua mãe te ensinou modos, certo?
- Parte dos modos é não limpar o nariz em público e depois colocar a mão de volta onde todos usam - nem acredito que preciso escrever isso!
- Pagar o cobrador - não adianta querer passar de malandrinho porque aqui no BRA tem catraca!
- Não empurrar o coleguinha - claro, você não vai querer arrumar briga, correto?
- Se não vai descer, NÃO fique parado na porta!!! - caso contrário levará um belo empurrão
- Não ligar o som do seu radinho/mp3 ou qualquer porcaria parecida. Além de ninguém querer ouvir o mesmo que você, isso é lei e podem te colocar para fora!
- Alguém te ligou? bom pra você! ninguém quer ouvir o que você tem para falar com o Manuel da padaria, portanto, fale baixo! (o mesmo vale se você está no transporte com um conhecido).
- Tá frio ou chovendo? não adianta fechar todas as janelas porque isso só vai causar gripe em todo mundo. Não custa deixar um pouco do vidro aberto...
- Tá calor? meu amigo...nessa hora você tem que se mexer o mínimo possível. Ninguém merece ficar sentindo o seu cheirinho de trabalhador.
- Se estiver com sacolas/malas, favor evitar de ir com elas no ônibus lotado. Se não tiver jeito, peça para alguém colocar em um cantinho ou segurar pra você. Todo mundo ajuda nessa hora e assim você não atrapalha e nem machuca ninguém.
- Apertou e você precisa passar? basta pedir licença. Não adianta ficar empurrando ou pisando no pé dos outros que você vai levar um belo xingo ou coisa pior.
- Por fim, o dia foi cansativo e você está morrendo de sono. É mais do que comum! Mas, não é por isso que você vai deitar no colo do coleguinha ao lado que você nem conhece. Fique na sua!
É claro que estou falando aqui de problemas que só temos que conviver pois o nosso transporte público é péssimo. Já pagamos 3 reais por um ônibus que não tem o mínimo de conforto. Mas aí entramos em outro assunto...deixo para outro post. Até mais!

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Os pequenos valores...

O improvável de fazer em São Paulo no meio de tanta informação é parar para observar o tempo passando lentamente. No entanto, quando tenho oportunidade de estar sozinha, reparo em situações que me parecem um tanto bizarras.
Outro dia estou sentada em um banco e páro para ver como as pessoas agem na praça de alimentação de um shopping. Elas parecem aflitas, escolhem a refeição mais rápida, sentam com seus pratos em qualquer canto e olham o relógio a cada cinco minutos. A mocinha que escolheu salada senta ao lado da 'gordinha' que escolheu fast food pra mostrar o quanto ela é gostosa. Enquanto isso, um cara logo atrás começa a encarar os traseiros que passam e comentar com o colega do lado. O 'tiozinho' do restaurante de quinta categoria implora para que alguém ao menos dê uma 'voltinha' no seu buffet para se convencer de que é o melhor...mas ninguém pára.
Fico me questionando se alguém derrubar a bandeja ou tiver um ataque ali no meio se alguém pararia para ajudar. Tanta gente preocupada com o próprio umbigo, com o minuto a menos que vai ter que perder pra ajudar, para dar um sorriso, pedir desculpa por um empurrão, licença para sentar ao lado.
O tempo não passa lentamente, não temos mais estações do ano definidas e muitas vezes você poderá precisar do casaco alheio. Think about it and look around!

Sonhando acordados...

Em um desses dias quentes no ônibus...
Garoto 1 - Cara..olha aquele carro ali...
Garoto 2 - Animal, é uma ferrari!
Garoto 1- É nada...um porsche!
Garoto 2 - Loko! deve andar muito...
Garoto 1 - Parece o carro do Batman.
Garoto 2 - em 1 ano de trabalho acho que compro um...
Garoto 1 - É nada...nem a vida toda trabalhando.
Ambos dormem.

sexta-feira, maio 14, 2010

Assessoria Digital

Depois que li uma matéria da revista ProXXIma do M&M de maio chamada "PR 2.0 Relações muito mais públicas", surgiram vários questionamentos.
No texto, os profissionais querem "matar" o press release, desistir do follow-up e outras tantas atitudes que modificariam a realidade da assessoria de imprensa atual. É completamente compreensível que hoje temos novas mídias que precisam ser colocadas nos planos estratégicos dos clientes, mas discordo quando essas ferramentas ameaçam a quebra da relação one to one com os jornalistas.
Se o trabalho dos comunicadores hoje é ajudar as empresas a se aproximar do seu consumidor final, qual será então o papel do assessor daqui a uns anos? Quem é jornalista/RP ou ao menos trabalha com comunicação, está entendendo o que quero dizer. Se não interessar mais mandar releases para os jornalistas publicarem as informações e nosso trabalho for mecanizado ao simples informativo de 140 caracteres do twitter, pra onde vai o nosso nicho?
Com clientes grandes, algumas assessorias se acomodam e mantêm uma ação reativa, esperando que os jornalistas busquem as notícias da marca em um blog qualquer que um assessor alimentaria. Mas se não houver relacionamento com a imprensa, como obter o resultado esperado com tantas interpretações que um release pode ter?
Vejam, não defendo aqui viver a moda antiga, fazer mailings à mão ou fazer follow o dia todo, mas sim usar as redes sociais e novas alternativas de modo que se mantenha um contato caloroso com o seu cliente e com os jornalistas.
O relacionamento é o grande segredo do bom assessor e do bom marketing, portanto, vamos mantê-lo!

sexta-feira, abril 30, 2010

Alice para adultos

No contexto geral, o filme é visualmente incrível. Alice muda de tamanho diversas vezes, os cenários são escolhidos a dedo e o figurino das rainhas são dignos de realeza mesmo. Mas e a história? uma réplica do que já se conhecia no filme original, aquele em que a Alice ainda tinha os cabelos lisos.
Tim Burton definitivamente não fez o filme para agradar crianças. Embora tenha muitos efeitos, o longa não mostra intensidade em nenhuma cena de ação. Digo que não é para crianças, pois até mesmo a lagarta azul, com quem Alice conversa em alguns momentos, fuma.
Agora com os cabelos cacheados, "Alice no País das Maravilhas" retrata a vida da personagem Alice (Mia Wasikowska), que aparece aos 19 anos tentando fugir da resposta de um pedido inesperado de casamento. Ela vê um coelho branco e decide seguí-lo, caindo em um buraco que a leva ao País das Maravilhas. Ela encontra um mundo que já esteve antes, mas não se recorda. e acredita ser um sonho. A Rainha de Copas (Helena Bonham Carter) faz o papel da vilã, mandando cortar cabeças. Já o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) e a Rainha Branca (Anne Hathaway) esperam sua heroína para colocar ordem no Mundo Subterrâneo. Alice não entende a si mesma e fica no meio da batalha entre o bem e o mal.
Entre tantos personagens diferentes, o destaque vai para a clássica figura do bem, a Rainha Branca, vivida por Anne Hathaway (a mesma que fez "Diabo veste Prada"), que mostra leveza em seu papel. Johnny Depp se sai melhor na caracterização do personagem, pois consegue encarnar o Chapeleiro Maluco como ninguém. E, finalmente, o gato! Exatamente como no primeiro filme, ele aparece e desaparece, mas com os efeitos do 3D ele se torna muito mais real com os seus dentes pontudos e sorriso gigante.
"Alice no País das Maravilhas" vale o tempo para quem quer assistir no cinema e, para as crianças, não recomendo. A não ser que você queira explicar para o seu filho (a) por que a garota come e bebe tudo que vê pela frente, segue o que mandam ela fazer e ainda conversa com uma lagarta fumante.

quarta-feira, abril 21, 2010

SKOL SENSATION 2010

Skol é um exemplo de marca. Quando lançou em 2009 o Skol Sensation, a expectativa era alta e cumpriu exatamente com o esperado. Sem muita divulgação colocou um público selecionado no Anhembi pra receber os melhores Djs mundiais.
Este ano, com ações na TV, rádio, redes sociais, hotsite, etc, conquistou um público diversificado, que amou a edição 2010 e que pediu bis quando a música parou às 5h30. Para quem foi ano passado, as falhas aparecem (como venda de bebida quente, em doses pequenas, e fila de uma hora para estacionar o carro). No entanto, nada disso atrapalhou a performance das dançarinas e suas bolas gigantes que mudavam de cor ao serem jogadas pelo público. Nem mesmo a superlotação das 40 mil pessoas impedia ter espaço para dançar, cantar e curtir o som dos Djs, que foram espetaculares!
O tema "Ocean of White" (oceano do branco) estava refletido nas águas-vivas penduradas no teto, nos telões em formato de aquários e nos efeitos de luzes que davam a sensação de estar realmente embaixo d´água. Efeitos com fogos de artifício, lasers e projeções deram conta de fazer o público se apaixonar e dizer: "Ano que vem tem mais!".

quinta-feira, abril 08, 2010

Use Somebody - Kings of Leon

I've been roaming around
Always looking down at all I see
Painted faces, fill the places I can't reach
You know that I could use somebody
You know that I could use somebody
Someone like you, and all you know, and how you speak
Countless lovers under cover of the street
You know that I could use somebody
You know that I could use somebody
Someone like you
Off in the night, while you live it up, I'm off to sleep
Waging wars to shake the poet and the beat
I hope it's gonna make you notice
I hope it's gonna make you notice
Someone like me
Someone like me
Someone like me, somebody
I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now, I'm ready now
I'm ready now
Someone like you, somebody
Someone like you, somebody
Someone like you, somebody
I've been roaming around
Always looking down at all I see

segunda-feira, abril 05, 2010

Ilha do Medo

Tinham me falado que era filme policial. Depois, de terror. Descobri que, na verdade, era um suspense, e dos bons! "Ilha do Medo" se passa no Shutter Island Ashecliffe Hospital (saúde!), em Boston, e mostra a investigação de um policial sobre o desaparecimento de uma paciente.
Leonardo Di Caprio, protagonista da trama, já não é mais um mocinho e também não é um Robert De Niro, por isso, deixou a desejar. Ele vive a história de Teddy Daniels, o policial que descobre que os médicos realizam tratamentos ilegais e anti-éticos no local. Buscando provas, Teddy se envolve e traz o caso para sua própria realidade.
Prestando atenção no filme, dá pra se emocionar com as cenas muito bem feitas em termos de design gráfico e imaginar como a mente de um assassino funciona. Não assusta e dá pra sentir na pele.

domingo, março 28, 2010

Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

segunda-feira, março 01, 2010

Olhe ao redor

Por Clarice Lispector

Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós.
Não temos amado, acima de todas as coisas.
Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.
Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios.
Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa.
Falar no que realmente importa é considerado uma gafe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura.
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.