quarta-feira, maio 25, 2005

WILSON BUENO: UM ETERNO APRENDIZ

Trinta anos de mercado e o Professor Wilson Bueno ainda se considera um aprendiz
"Jamais pensei em mudar de carreira. Quanto mais a gente estuda, lê, ouve etc., mais percebe a nossa santa ignorância.” A frase citada mostra a humildade do profissional Wilson da Costa Bueno.
Professor na Universidade de São Paulo e na Universidade Metodista de São Paulo, ministra as seguintes áreas: Jornalismo Científico, Jornalismo em Saúde, Jornalismo em Agribusiness e Meio Ambiente e Comunicação Empresarial. Ele conta que ainda tem muitos projetos a serem realizados, entre eles, contribuir para a formação acadêmica nas áreas que ele ministra, continuar realizando pesquisas sobre o Jornalismo Científico e até mesmo lançar um livro em 2004.“O livro irá reunir muitos trabalhos meus na área. Artigos de reflexão, algumas pesquisas e um bom material sobre fontes de leitura (livros, sites, etc.)”, afirma.
Seu interesse pelo Jornalismo Científico é de longa data. Wilson Bueno já foi presidente da ABJC- Associação Brasileira de Jornalismo Científico- e seu doutorado foi o primeiro do país sobre o tema. Formou-se na ECA-USP, porém, de início, também estava matriculado no curso de Matemática, o qual ele não concluiu por causa da “correria do Jornalismo”.
Assim que ele aprendeu a usar a Internet, teve a idéia de montar um site sobre a área que ele sempre foi tão apaixonado. Desta idéia, acabaram surgindo dois sites, (www.comtexto.com.br e www.jornalismocientifico.com.br), que hoje em dia são bastante visitados.
Sobre o Jornalismo Científico, ele diz que acredita ser uma das áreas mais promissoras no futuro, já que a ciência e a tecnologia são elementos importantes na sociedade. “Ainda há muito a se fazer no Jornalismo Científico em nosso país. O número de publicações é reduzido, comparativamente a outros países e só recentemente estamos descobrindo a demanda crescente por informações especializadas”.
Wilson Bueno acredita que o analfabetismo científico é enorme no Brasil, como na maioria dos países. Por isso, os meios de comunicação devem interferir na democratização do conhecimento científico e conscientizar os cientistas, pesquisadores, empresários de comunicação e editores da carência de uma boa formação em Ciências no país.
Fala também que o Jornalismo Impresso não deve acabar em curto prazo, mas que certamente o jornalismo on line terá uma importância cada vez maior. “Espero que, com uma melhor formação do jornalista e a qualificação ética de jornalistas e empresários da comunicação, os meios de comunicação exerçam, com maior intensidade, o seu papel na sociedade. Do jeito que está, não dá.”
Ele fez e ainda faz sua parte. Contribui para a pesquisa e a reflexão na área de Jornalismo Científico, orientou dissertações e teses na área e afirma com todas as letras que vai resistir e não vai entregar de graça a vantagem que ele obteve por ter chego primeiro na área. “Os mais novos que se cuidem, vou insistir até o fim da vida”, finalizou Bueno.
Por Camila Nobre