segunda-feira, maio 23, 2005

A arte do dono da TV

MAM homenageia Roberto Marinho com uma exposição artística que divide sua vida em Ar, Terra e Água.
É importante conhecermos o Brasil, a nossa origem. Parte de nossa história deve-se a um homem chamado Roberto Marinho.
Além de ter sido um empresário brilhante, dono da rede Globo de Televisão, era mestre no diálogo com todo o espectro da sociedade. O homem que colecionou, desde os seus 35 anos de idade, muitas obras de artistas que hoje representam por meio de sua arte cada fase de sua vida, recebeu homenagem em forma de exposição cultural, em São Paulo.
Para homenageá-lo, o Museu de Arte Moderna – MAM, promoveu uma exposição com quadros e esculturas que tem como objetivo evidenciar a figura humana e social do colecionador e as paixões que levaram esse brasileiro a constituir um conjunto de peças de arte, em um século no qual ele próprio e o País se lançaram no fascinante desafio da modernidade e do cosmopolitismo.
A exposição foi dividida em três fases: Ar, Terra e Água. A primeira fase representou os anos 40, início do movimento modernista. Roberto Marinho compra somente os quadros de abstracionismo naturalista de pessoas importantes como, por exemplo, Tomie Ohtake, Jorge Guinle Filho e Iberê Camargo. Muitas obras estavam “Sem título”, o que ra um convite a quem observava descobrir a idéia daquele artista.
A segunda fase, a terra, marcou o momento do início da atuação empresarial de Roberto Marinho. Corresponde à redescoberta e nova significação do Brasil pelos artistas e intelectuais. Os pintores dessa fase assumem o Brasil como tema, a forma de vida das pessoas, linguagens e pensamentos. Nessa sessão estiveram presentes as obras dos famosos: Portinari, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, entre outros.
Na terceira fase, a água, pudemos encontrar quadros do artista preferido do empresário: José Pancetti. O mar foi o parceiro constante e a pesca submarina seu passatempo predileto, o que também era gosto de Pancetti, de quem Marinho se tornou amigo e o principal mecenas. A maior parte das pinturas de Pancetti são destacadas pelo mar, barcos, populações praieiras, pescas e naturezas mortas.
No fim da exposição, encontramos uma sala, dedicada a imagem de Roberto, desde sua infância com o pai Irineu Marinho, passando por sua família, os aliados, os encontros com personalidades, esportes. Um panorama de sua vida surge sintetizado em um grande painel de projeções, que revela um homem que pode ser pai, companheiro e amigo. Um empresário que soube ousar e tomar riscos como poucos.
A exposição aconteceu no MAM, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e ficou até o dia 22 de maio. Um presentão para quem gosta de cultura, de televisão e de parte da história do Brasil!
Por Camila Nobre