terça-feira, março 25, 2008

O jogo do amor

Se você facilita, é vaca. Se é durona, é metida. Um meio termo? Ainda não descobri. Nos dias de hoje está cada vez mais difícil encontrar pessoas dispostas a um relacionamento sério. Pior que isso: está cada vez mais difícil saber como agir.
Na balada, eis que vejo uma mulher mirar sua presa. Lá está ele: lindo, loiro e olhos verdes.
- Oi, tudo bem? Como é seu nome?
- Fulano.
- SMACK!!!
E logo veio o beijão, daqueles de cinema!! Minutos depois, acabou o abraço, acabou o beijo e lá está ela, mirando a próxima presa. Que parâmetros usar para atingir a meta sem ser tão objetiva? Devemos continuar usando olhares fatais, daqueles 43 que só as mulheres sabem fazer? Assim vem a situação número dois:
- Oi gata, tudo bem? podemos conversar?
- Claro! como é seu nome?
- Fulano e o seu?
- Fulana
- Ai que nome lindo!
Meia hora depois o primeiro beijo e a pergunta:
- O que você vai fazer amanhã?
- Hum..não sei..depende de você...
Dez minutos depois amassos...mais dez minutos depois um adeus. Um dia depois a pergunta:
- Será que ele vai me ligar?
O jogo da sedução vai contando pontos para o adversário. Parece que ele não ligar conta 10 pontos e ela não atender conta mais 10. Deixar sentimentos escondidos parece ter virado moda. Que moda é essa que modifica as maneiras de se conquistar uma pessoa? Não seria muito mais fácil se fosse:
- Oi fulana, que nome lindo!
- Obrigada, também adorei o seu!
- Vamos sair amanhã novamente?
- Acho ótimo! Que horas?
- As 20h!
- Combinado!
Simples não? Não! Não é simples. As pessoas tem vergonha, tem orgulho, tem medo, tem receio, são acomodadas, preferem a solteirice..e por aí vai. Não são livres pra acompanhar o que seus corações mandam. Acontece que um dia cansa. Vai chegar um dia que teremos tudo, mas não teremos nada. É fato que ninguém vive sozinho. Contraditório é dizer que no passado as mulheres nem viam seus futuros maridos, que elas eram escolhidas como pedaços de carne e que hoje quem escolhe somos nós. Na verdade, as mulheres sempre quiseram ser escolhidas, mas não como pedaços de nada e sim como seres humanos, pessoas dispostas a fazer o outro feliz. O mal é não saber o valor de uma mulher. Nem nós mesmas sabemos o nosso valor quando damos o telefone para aquele cara na balada...
- Ligo ou não ligo? ai..vou parecer oferecida. Vou esperar. Ah..não vou não! Ai, ele não ligou! Não acredito! O que eu fiz de errado?
É sempre assim. Papéis invertidos, confusões e desencontros. No final, as mulheres continuam carentes e nada independentes. O número de separações já ficou equivalente ao número de casamentos e, com tantos tombos, fica difícil retomar a esperança. Poucos acreditam no "felizes para sempre" ou no "até que a morte nos separe". Guiar um relacionamento de forma feliz é cada dia mais difícil pois entramos constantemente em conflitos emocionais (por parte das mulheres) versus conflitos racionais (por parte dos homens). O que fazer quando você se depara com uma sociedade cheia de preconceitos? O que fazer quando você mulher, que quer se sentir protegida e amada, tem que tomar as rédeas do amor? Ambos os sexos não sabem mais respeitar, amar e perdurar belas histórias. Ôo falta de talento!!!
POR CAMILA NOBRE